De acordo com informações do Instituto de Criminalística (IC), o veículo de luxo pode ter atingido o Sandero a uma velocidade de 114 km/h em 31 de março, na Avenida Salim Farah Maluf, localizada no bairro do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, onde o limite de velocidade é de 50 km/h. A pedido do Ministério Público (MP), peritos utilizarão drones para capturar imagens aéreas do local do acidente.
Conforme revelado no laudo da Polícia Técnico-Científica, a velocidade média do Porsche, conduzido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, era de 156 km/h momentos antes da colisão com a traseira do Sandero, dirigido pelo motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. O acidente ocorreu na madrugada do dia 31 de março, também na Avenida Salim Farah Maluf, na região do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.
Os peritos constataram que, no momento da aproximação entre os dois veículos, o Porsche estava a 114 km/h, enquanto o Sandero transitava entre 40 km/h e 38 km/h, em uma via cujo limite máximo é de 50 km/h.
Ornaldo veio a óbito no hospital após o acidente, enquanto Marcus Vinicius Machado Rocha, amigo do motorista do veículo de luxo e passageiro no banco do carona, ficou gravemente ferido, mas já recebeu alta médica. Fernando sofreu ferimentos na boca, mas não procurou atendimento médico.
As imagens do acidente, captadas por câmeras de segurança, foram cruciais para determinar a velocidade do Porsche. Além do laudo de velocidade, o Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML) produzirão outros documentos a serem entregues à Polícia Civil, responsável pela investigação das causas e possíveis responsabilidades pelo acidente. Entre esses documentos está o escaneamento 3D do local da colisão, que será realizado com o auxílio de drones para proporcionar uma reconstituição detalhada do evento.
Esses procedimentos periciais foram solicitados pelo Ministério Público, que está acompanhando as investigações. A perícia do IC está programada para realizar o escaneamento do local do acidente a partir das 10h da próxima quinta-feira (25).
Testemunhas relataram à Polícia Civil que o motorista do Porsche estava em alta velocidade e sob efeito de álcool. Fernando negou ter consumido bebidas alcoólicas antes de dirigir, mas admitiu que estava conduzindo seu veículo “um pouco acima do limite” de velocidade da via, embora “não muito acima”. Ele alegou que, quando percebeu a aproximação do Sandero e o motorista freou, reduzindo a velocidade, não conseguiu evitar a colisão.
O MP confirmou que a velocidade média do Porsche estava “a mais de 150 km/h instantes antes do acidente” e solicitou a realização de uma perícia em escala 3D para esclarecer detalhes sobre o ocorrido.
Fernando se apresentou à polícia mais de 38 horas após o acidente e foi indiciado por homicídio doloso (por assumir o risco de matar Ornaldo), lesão corporal (no caso de Marcus) e fuga do local do acidente (para evitar o teste do bafômetro). Ele negou ter fugido do local do acidente e não soube precisar sua velocidade no momento da colisão.
A Secretaria da Segurança Pública divulgou que os policiais militares que atenderam à ocorrência cometeram uma falha ao não realizar o teste do bafômetro em Fernando. A Corregedoria da PM está investigando a conduta dos agentes e poderá puni-los pela omissão.
Apesar de a Justiça ter negado dois pedidos de prisão feitos pela Polícia Civil, determinou que Fernando pagasse uma fiança de R$ 500 mil, além de suspender sua carteira de motorista e obrigá-lo a entregar seu passaporte à Polícia Federal. O caso continua sob investigação, com detalhes mantidos em sigilo devido ao segredo de Justiça.